Hidratação e uso de protetores solares são indispensáveis para prevenir problemas como câncer de pele. A estação mais quente do ano começa neste sábado (21) e, com sua chegada, reforçam-se os cuidados necessários para que a população idosa, acima de 60 anos, aproveite o período com segurança.
Embora a exposição ao Sol traga benefícios à saúde, ela exige cautela, especialmente para pessoas idosas. Segundo o geriatra e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), Dr. Marco Túlio Cintra, a desidratação, a hipertermia — quando a temperatura corporal ultrapassa o normal — e o câncer de pele são os principais riscos dessa faixa etária diante de uma exposição solar inadequada. “É preciso observar sintomas como tontura, dor de cabeça e mal-estar, que podem evoluir para situações mais graves, como desmaios e crises convulsivas. Por isso, todo cuidado e atenção são necessários”, alerta Dr. Cintra.
A hidratação é um ponto crucial. O especialista destaca que idosos têm a sensação de sede reduzida e limitações na troca de calor do corpo. “O mecanismo da sede pode estar comprometido, reduzindo a ingestão de líquidos. Assim, é necessário estimular esse consumo”, afirma. Para isso, ele sugere o uso de “artifícios como água saborizada, sucos leves, chás e água de coco”, lembrando que bebidas alcoólicas, cafeinadas ou muito açucaradas devem ser evitadas, pois podem piorar a desidratação.
Alimentos ricos em água, como melancia, melão, laranja, pepino e abobrinha, ajudam a manter a hidratação. Dr. Cintra orienta que sinais como lábios e língua secos, tontura, fadiga, confusão mental e alterações no padrão urinário devem ser observados, pois podem indicar desidratação. Além disso, ele recomenda uma dieta leve e equilibrada, composta por saladas, frutas frescas e proteínas magras. “É essencial evitar alimentos gordurosos e assegurar o armazenamento adequado para prevenir intoxicações alimentares, que são mais comuns no Verão.”
Outro cuidado necessário é manter o ambiente em temperaturas agradáveis. Ventiladores e aparelhos de ar-condicionado são indicados para impedir que locais fiquem abafados, especialmente nos dias mais quentes. “Se isso não for possível, vale a pena visitar espaços públicos refrigerados, como shoppings”, sugere o geriatra, destacando ainda a importância de evitar exposição ao Sol entre 10h e 16h. Ele orienta o uso de protetor solar com FPS 30 ou superior, mesmo em dias nublados, e proteções físicas, como roupas leves feitas de algodão, chapéus, bonés e óculos escuros.
Quanto a exercícios físicos, Dr. Cintra ressalta que devem ser realizados nos horários mais frescos do dia, como início da manhã ou final da tarde, com atividades leves, como caminhada, alongamento e hidroginástica. “A garrafa de água não pode ser deixada de lado durante a prática”, orienta. Ele ainda sugere incentivar momentos de socialização em ambientes ventilados, para minimizar o isolamento frequentemente exacerbado no calor extremo.
Para idosos com mobilidade reduzida ou acamados, Dr. Cintra reforça a importância de reposicioná-los várias vezes ao dia, verificando também o conforto do colchão e roupas de cama ajustadas para a estação. “Os cuidados com hidratação e ventilação devem ser redobrados.”
O presidente da SBGG também aponta que esse conjunto de medidas não se restringe somente ao Verão, dadas as características tropicais e de temperatura elevada em várias partes do Brasil. “Em um país como o Brasil, é difícil limitar os cuidados apenas a uma estação. Idosos são mais vulneráveis a temperaturas extremas, tanto altas quanto baixas, e é preciso estar atento, inclusive familiares e cuidadores”, afirma Dr. Cintra.
