O governo do Rio Grande do Sul estima que serão necessários pelo menos R$ 3 bilhões para reparar os danos causados pelas tempestades do último mês em algumas rodovias e pontes estaduais.
O governador Eduardo Leite não descarta a possibilidade de destinar até R$ 10 bilhões para adaptar essas estruturas às mudanças climáticas em andamento.
Segundo Leite, a melhoria da infraestrutura para torná-la mais resistente é uma forma de tentar evitar danos futuros causados por chuvas intensas e deslizamentos de terra. “Ao analisar as rodovias estaduais afetadas pelos eventos climáticos, temos dois cenários. Se nos concentrarmos apenas na correção dos trechos para liberá-los, estimamos um investimento de cerca de R$ 3 bilhões para restaurá-los às condições anteriores, com algum grau de melhoria”, disse o governador ao detalhar o plano estadual de reconstrução de rodovias nesta segunda-feira (3).
“Se projetarmos a reconstrução de forma resiliente, adaptando-as às mudanças climáticas e reforçando as estruturas para evitar novos incidentes, podemos chegar a R$ 10 bilhões em intervenções”, acrescentou Leite. “Vamos buscar viabilizar o máximo de investimento possível. Não podemos garantir que todos eles serão realizados, mas certamente estamos planejando investir pelo menos R$ 3 bilhões.”
Durante o anúncio, Leite e o secretário estadual de Logística e Transportes, Juvir Costella, afirmaram que ainda há 95 pontos bloqueados para o tráfego de veículos no estado, dos quais 65 são de responsabilidade estadual e 30, federais. Das rodovias e pontes estaduais bloqueadas, pelo menos 40 sofreram “grandes impactos” e a reparação de 30 delas é considerada “prioritária”.
“Estamos lidando com pontes ou trechos de rodovias rompidos, onde é necessário restabelecer a passagem. Estamos fornecendo soluções por meio de editais que estão sendo publicados hoje”, afirmou Leite, garantindo que seis editais para contratação de reparos em pontes de rodovias estaduais do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) serão publicados ainda hoje, e mais dois nos próximos dias.
As oito pontes estão localizadas nas rodovias estaduais ERS-441, em Vista Alegre do Prata; 417 (Itati); 530 (Dilermando); 433 (Relvado) e nos quilômetros 32 e 35 da ERS-348, em Faxinal do Soturno, além da rodovia vicinal VRS-843 (Feliz) na RSC-471 (Sinimbu). Além disso, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) e a Engedal Construtora de Obras Ltda. assinarão hoje o contrato para a construção da nova ponte sobre o Rio Forqueta, entre Arroio do Meio e Lajeado, no Vale do Taquari – a estrutura anterior, com cerca de 150 metros, foi danificada pelas fortes chuvas, forçando o Exército a instalar passarelas flutuantes para permitir acesso aos municípios. Apenas a ponte do Rio Forqueta está orçada em cerca de R$ 14 milhões.
“Estamos cientes de que muitos trechos comprometidos exigirão a liberação de recursos para recomposição geral dessas pistas por meio de contratos de conservação existentes. É isso que chega a R$ 3 bilhões e estamos planejando que o estado invista nesses trechos emergenciais”, explicou o governador, destacando que parte do dinheiro para reconstruir as oito primeiras pontes sob responsabilidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) já foi disponibilizada pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
“É importante mencionar que todas essas obras levam em consideração os estudos do IPH/UFRGS [Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul], com o qual nos reunimos na semana passada e que nos apresentou seus estudos, suas projeções de mudanças climáticas. Todas essas informações estão incluídas nesses editais. Ou seja, as empresas contratadas devem levar em conta esses estudos sobre o comportamento climático para que não tenhamos problemas futuros com essas pontes devido a novos eventos climáticos”, concluiu Leite.
