Os paranaenses enfrentaram um janeiro de 2025 marcado por calor intenso. Em quase todo o Estado, as temperaturas máximas ficaram dentro ou acima da média histórica para o período. Por outro lado, a precipitação acumulada esteve abaixo da média em regiões como o Oeste e o Litoral. Na faixa que vai do Norte Pioneiro ao Oeste, as temperaturas máximas variaram entre 1,3ºC e 1,8ºC acima da média histórica para o mês. Em Cascavel, cuja média de temperatura máxima em janeiro é de 29,7ºC, o registro foi de 32,3ºC. Próximo a Guaíra, Cascavel e Assis Chateaubriand, algumas áreas tiveram variações ainda maiores, de 2,6ºC a 2,9ºC acima da média.
No Litoral, a situação foi um pouco diferente. Em Antonina, o mês de janeiro registrou temperaturas máximas 1,5ºC abaixo da média histórica, que é de 31,1ºC. Além disso, a cidade apresentou um acumulado de chuva que ficou 248 mm abaixo da média, a maior discrepância registrada no Estado. Em outras regiões, as temperaturas máximas ficaram próximas do padrão para o mês de janeiro.
Quanto às chuvas, algumas áreas mostraram contraste em relação a 2024, ano de precipitação abundante. Nos Campos Gerais, o acumulado foi de 100 mm a 170 mm abaixo da média. No Oeste, Nordeste e Sudeste do Paraná, o desvio variou de 20 mm a 100 mm abaixo da média histórica. Já no Noroeste e Oeste, em comparação a janeiro de 2024, houve um aumento no volume de chuvas. No Litoral, os registros de janeiro de 2025 apontaram chuvas de 60 mm a 240 mm abaixo da média, como em Antonina, onde o acumulado foi de 165 mm, distante da média histórica de 413 mm. Para se ter uma ideia, em janeiro de 2024 o volume de chuva ficou de 140 mm a quase 300 mm acima da média.
“Em janeiro do ano passado nós tivemos um menor escoamento de umidade do Brasil Central para as regiões Sudeste e Sul, que inclusive favoreceu poucos episódios de ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), fenômeno conhecido como um corredor de umidade que favorece ocorrência de chuvas intensas por um prazo igual ou superior a 5 dias consecutivos”, explicou Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar. Ele afirmou ainda que o regime de precipitação em 2025 foi de chuvas irregulares e baixos acumulados na maioria das regiões, exceto nas partes Sudeste e litorânea, onde ocorreram episódios pontuais de precipitação volumosa. “No ano passado a circulação marítima se fez muito presente, diferentemente deste ano”, destacou.
Com o apoio de 120 estações meteorológicas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas atmosféricas, o Simepar fornece dados meteorológicos essenciais para órgãos como a Coordenadoria da Defesa Civil e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável. A estrutura permite monitorar eventos como enchentes, deslizamentos, alagamentos, incêndios e secas, oferecendo suporte às ações de resposta a situações extremas no Estado.