Após um processo de restauração, uma escultura do artista paranaense Fernando Calderari (1939-2021) foi reinstalada no Centro de Curitiba nesta quinta-feira (20). A obra, que havia sido retirada em abril do ano passado para manutenção, agora está localizada no Jardim Leonor Twardowski, entre as ruas Mariano Torres e Luiz Leão, próximo ao Círculo Militar. Essa mudança busca garantir maior visibilidade e preservação para a peça, que integra o patrimônio cultural da cidade. A decisão pelo novo posicionamento foi tomada em conjunto pela Fundação Cultural de Curitiba e pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
O espaço escolhido para a reinstalação, ao lado de uma ciclovia e próximo a duas estações-tubo, visa proporcionar um maior destaque para a escultura e promover uma interação mais significativa com o ambiente urbano. “A decisão de deslocar a obra do Calderari levou em conta a mudança na configuração do Largo desde a década de 1970, quando ela foi instalada, garantindo que agora ela possa ser melhor vista e apreciada por todos, pedestres, motoristas, ciclistas e também quem circula de ônibus”, explicou Cláudia Ariole, coordenadora de Acervos da Fundação Cultural de Curitiba.
Inicialmente instalada em 1978 para simbolizar as obras de canalização do Rio Ivo, que passa sob a Rua Mariano Torres, a escultura de ferro, inspirada em retroescavadeiras, nunca havia sido completamente restaurada e apresentava avançados sinais de oxidação. A peça foi enviada ao Ateliê de Escultura do Memorial Paranista, onde passou por um tratamento minucioso conduzido pelo escultor e especialista em metais Edson Lima. “Fizemos uma análise minuciosa para definir a melhor forma de recuperação, tiramos os pontos de oxidação, demos um tratamento antiferrugem com o mínimo de interferência”, destacou Lima. O trabalho contou com a parceria da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Natural da Lapa, Fernando Calderari foi um dos mais proeminentes artistas paranaenses do século 20. Discípulo de Guido Viaro, destacou-se como pintor, gravurista e escultor em ferro. Seu trabalho alcançou reconhecimento internacional, com participações em exposições renomadas, incluindo a VII Bienal de São Paulo, além de integrar acervos de museus no Brasil e em países como Alemanha, Áustria, Estados Unidos, Inglaterra e Suíça.