O Índice de Preços Regional do Paraná – Alimentos e Bebidas, calculado mensalmente pelo Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social), registrou uma queda de -1,45% em junho, após uma desaceleração observada em maio, confirmando uma significativa desinflação.
Essa redução foi observada nos seis municípios que compõem o índice: Londrina (-1,71%), Ponta Grossa (-1,55%), Foz do Iguaçu (-1,50%), Curitiba (-1,46%), Maringá (-1,30%) e Cascavel (-1,16%), contrastando com a taxa positiva média de 0,16% no período anterior.
No mês de junho, entre os 35 produtos da cesta básica avaliada pelo IPR, as principais influências para a queda foram do tomate, óleo de soja, leite integral, banana-caturra e pão francês. Os maiores decréscimos foram observados nos preços da banana-caturra (-10,58%), feijão carioca (-9,69%) e tomate (-8,98%).
A queda no preço da banana-caturra foi influenciada pelo aumento da produção, que ampliou a oferta da fruta, assim como ocorreu com o tomate, devido à aceleração da safra de inverno. O coordenador de Pesquisas Periódicas e Editoração do Ipardes, Marcelo Antonio, explicou que o tomate, o leite integral e o óleo de soja tiveram um destaque significativo entre as principais contribuições percentuais em nível municipal.
No acumulado de 12 meses, o índice apresentou a sétima queda consecutiva, com variação de 2,01%. A maior variação regional nesse período ocorreu em Maringá, com 3,17%, seguida por Londrina (2,40%), Cascavel (2,26%), Curitiba (2,18%), Foz do Iguaçu (1,52%) e Ponta Grossa (0,49%).
Os alimentos e bebidas que tiveram as maiores altas nos últimos 12 meses no estado foram o biscoito (29,94%), ovo de galinha (26,02%) e tomate (24,26%). Por outro lado, foram observados preços menores em óleo de soja (-40,47%), peito de frango (-19,92%) e cebola (-14,07%).
O coordenador do Ipardes destacou que, apesar da desaceleração da alta dos preços acumulados em 12 meses, ainda não ocorreu uma mudança significativa no quadro de preços relativos, que permanecem elevados. Porém, há indícios de que está ocorrendo uma possível queda nos custos e, consequentemente, nos preços dos alimentos, devido ao retorno do comércio de fertilizantes entre os países em conflito, Rússia e Ucrânia, e ao sucesso da última safra de grãos no Brasil, especialmente no Paraná.
O IPR utiliza os registros fiscais da Receita Estadual do Paraná e foi lançado em dezembro de 2022. Ele analisa cerca de 382 mil registros de notas fiscais eletrônicas emitidas em estabelecimentos comerciais de diferentes portes em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. Os 35 produtos avaliados representam aproximadamente 65% das compras de alimentos e bebidas realizadas pelos paranaenses.
O instituto também trabalhou uma série histórica de preços desde 2020, permitindo a análise da flutuação dos preços de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no estado. Esses dados são importantes para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais mais direcionadas, levando em consideração a situação inflacionária de cada cidade.
Foto: Jaelson Lucas / Arquivo AEN.