Se encontrar, não acorde: lagartos teiú entram em período de sono profundo no inverno

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O Instituto Água e Terra (IAT), vinculado à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), alerta a população para os cuidados com algumas espécies da fauna silvestre durante o inverno. Um exemplo é o lagarto teiú (Salvator merianae), presente em todos os biomas do Paraná. Com a chegada das baixas temperaturas, o animal entra em estado de inatividade prolongada conhecido como brumação – um sono profundo que lembra a hibernação dos ursos polares. A orientação principal é respeitar este processo natural, evitando mexer com os lagartos, que costumam se refugiar em tocas, como as encontradas nas restingas das praias paranaenses.

“Esses lagartos desaceleram o metabolismo neste período para preservar energia, uma fase que pode durar meses e tem uma relação direta com a temperatura do ambiente. É a brumação, que está associada também a outros fatores, como a ausência de alimento e água no inverno”, explica Lucas Borges de Souza Arruda, biólogo do Setor de Fauna do IAT.

“Para os animais ectotérmicos, como répteis e anfíbios, o frio é um fator-chave que exige essa habilidade de adaptação. A orientação que fazemos é para que evitem ao máximo ter contato com a espécie nesse período, não mexam nas tocas nem nos animais”, complementa.

O biólogo destaca ainda que o teiú exerce um papel crucial no equilíbrio ecológico. Onívoro e oportunista, o lagarto se alimenta de frutas, pequenos animais, ovos, carniça e folhas, o que o torna um importante dispersor de sementes. Assim, contribui para a regeneração de florestas e áreas degradadas. Além disso, a espécie possui um comportamento generalista e uma alta tolerância a diferentes biomas, estando presente em todo o território brasileiro. “Por isso, pela importância do lagarto para o ecossistema, é fundamental esses cuidados”, afirma Arruda.

O teiú está incluído no Apêndice II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), uma lista que compreende espécies cujo comércio internacional precisa de controle para evitar que entrem em risco de extinção. O IAT reforça que caçar, matar, perseguir ou capturar animais silvestres é crime ambiental, conforme estabelece o Art. 29 da lei de crimes ambientais.

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