Das 9.556 pessoas custodiadas que estão estudando no Paraná, 5.617 estão matriculadas no ensino fundamental, 3.821 cursam o ensino médio e 118 estudam no ensino superior. O número total de pessoas privadas de liberdade no estado hoje é de 41.382, o que significa que quase um quarto dos custodiados estão estudando.
Em todo o Paraná, 9.556 pessoas custodiadas nas unidades prisionais estão estudando no ensino fundamental, médio e superior. Desse total, 5.617 estão matriculadas no fundamental, outras 3.821 cursam o ensino médio e 118 estudam no ensino superior. O índice atual de analfabetismo é de 0,49%. Esses dados fazem parte do trabalho da Polícia Penal do Paraná (PPPR), que busca oferecer melhores oportunidades de futuro, reduzir a reincidência criminal e, consequentemente, aumentar a segurança para a população em geral.
A meta da PPPR é zerar o analfabetismo nas prisões do estado até 2025, por meio do trabalho das equipes regionais de educação e das unidades penais. “O trabalho da segurança pública começa na prevenção, passa pela investigação, pela prisão de criminosos e continua com a custódia de quem cumpre pena. Nessa etapa, a educação se torna uma das ferramentas mais poderosas de transformação. Recuperar pessoas privadas de liberdade e prepará-las para uma vida longe do crime é uma forma direta de proteger a sociedade e construir um futuro mais seguro para todos”, afirma o secretário da Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira.
Um exemplo desse avanço ocorreu em junho, em Guarapuava, onde foi realizada uma cerimônia simbólica para marcar a erradicação do analfabetismo entre os custodiados da região. Durante o evento, certificados foram entregues em reconhecimento ao trabalho conjunto entre a Coordenação Regional e o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (CEEBJA) Nova Visão. A Regional de Guarapuava abrange unidades penais do município e de cidades próximas, sendo integralmente atendida pelo CEEBJA Nova Visão.
Em maio, todos os custodiados da região alcançaram a alfabetização: 399 estão matriculados no ensino fundamental, 286 no ensino médio e 9 no ensino superior. “Esse resultado evidencia nosso compromisso com a educação. Nós, como instituição, temos a ciência da importância do estudo para transformar a vida das pessoas”, destaca a diretora-geral da PPPR, Ananda Chalegre.
Para muitos custodiados, a alfabetização representa uma transformação significativa na autoestima e na perspectiva de futuro. “Na Penitenciária eu iniciei o primário, fiz o fundamental e concluí o ensino médio. Ano passado eu fiz a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e no final do ano quero me inscrever para fazer uma faculdade. Eu fui o primeiro da minha família a concluir o ensino médio e poder fazer uma faculdade vai ser motivo de orgulho para mim e para minha família”, relata José (nome fictício), que cumpre pena de 26 anos e 9 meses de reclusão na unidade industrial de Guarapuava, restando 8 anos e 9 meses.
Além disso, o estudo permite a remição de pena, conforme a Lei de Execuções Penais (nº 7.210/1984). A cada 12 horas de frequência escolar, distribuídas em no mínimo três dias, o custodiado tem a pena reduzida em um dia.