O Litoral do Paraná está prestes a receber uma nova Unidade de Conservação (UC) em 2024, a primeira reserva estadual de Pontal do Paraná. A Estação Ecológica Rio das Pombas, em fase final de criação pelo Instituto Água e Terra (IAT), tem previsão de entrar em funcionamento no primeiro semestre.
Junto ao Parque Nacional de Saint-Hilaire/Lange, Parque Estadual do Rio da Onça, Estação Ecológica de Guaraguaçu e o Parque Estadual do Palmito, essa estação contribuirá para a formação de um extenso mosaico de áreas destinadas à conservação da Mata Atlântica.
A área da nova unidade é de 793,83 hectares, classificada como de proteção integral, o que implica restrição à intervenção humana. Essa estação visa a proteção de espécies de plantas ameaçadas de extinção, como a Caixeta (Tabebuia cassinoides) e o Palmito-juçara (Euterpe edulis). O nome da estação homenageia o rio que corta a região, rica em mananciais que abastecem parte do litoral paranaense.
Além disso, o local abriga uma variedade de espécies da fauna local, incluindo a onça-pintada (Panthera onca), bugio (Alouatta fusca), anta (Tapirus terrestris), puma (Felis concolor), jaguatirica (Felis pardalis) e tapeti (Sylvilagus brasiliensis).
A bióloga do IAT, Tauane Ingrid Ribeiro, destaca que a seleção do local para a nova UC levou em consideração a diversidade de biomas, reunindo seções de floresta ombrófila densa de terras baixas e formações pioneiras com características fluviais.
“A relevância desses remanescentes florestais está relacionada às áreas estratégicas de conservação no Estado, sendo cruciais para a conectividade com outras áreas protegidas na região, formando uma ampla área de proteção a ecossistemas ameaçados”, afirma a bióloga. “Além disso, o rio que corta o local contém um ponto de captação de água de boa qualidade para as populações locais”.
Além da Estação Ecológica em Pontal do Paraná, o Governo do Estado está finalizando estudos para implementar mais quatro UCs: Estação Ecológica Tia Chica, em Reserva do Iguaçu; Estação Ecológica Reserva de Bituruna, em Bituruna; Área de Proteção Ambiental (APA) do Miringuava, em São José dos Pinhais; e o Refúgio da Vida Silvestre das Ilhas dos Guarás, em Guaratuba. Esses quatro novos espaços totalizarão 5.393,24 hectares de áreas protegidas.
A criação dessas áreas segue regulamentação específica, com critérios definidos pela instrução técnica N° 005/2021 elaborada pela diretoria do Patrimônio Natural do IAT. O processo inclui a identificação de áreas com recursos biológicos únicos, reuniões com proprietários de imóveis, estudos prévios, elaboração de mapas, definição de planos de manejo e consulta pública, culminando na publicação de um decreto em Diário Oficial para efetivar a criação da UC.
Fotos: IAT