Paraná aposta em pavimento de concreto para renovar 340 km de estradas

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O Paraná está transformando sua malha viária com a renovação de 340 quilômetros de rodovias, utilizando pistas de concreto, que oferecem o dobro da durabilidade em relação ao asfalto e menor custo de manutenção. A iniciativa tem como objetivo melhorar a logística viária do estado, trazendo mais segurança e vantagens operacionais para os motoristas.

Essa escolha pelo pavimento rígido reflete uma decisão estratégica do governo estadual para modernizar importantes eixos rodoviários. No total, 13 trechos estão contemplados nesse processo, com obras já concluídas, em execução ou planejadas. As rodovias de concreto estão inspiradas em modelos de sucesso de países como os Estados Unidos e Alemanha, considerados referência mundial em infraestrutura rodoviária.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, reforça que o estado está em busca das melhores soluções globais: “Como um estado forte na produção agrícola e industrial, fomos buscar as melhores soluções de infraestrutura adotadas pelo mundo. As estradas de concreto são opções mais duradouras e que aguentam melhor o tráfego pesado”.

Entre os trechos contemplados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) estão a PRC-280, que abrange o percurso entre General Carneiro e Pato Branco, passando por Palmas e Clevelândia, e a PRC-466, que conecta Guarapuava e Pitanga, via Turvo. Além disso, a duplicação da Rodovia dos Minérios (entre Almirante Tamandaré e Curitiba) e o Contorno Oeste de Cascavel estão entre os projetos prioritários.

Durabilidade e economia

O pavimento rígido de concreto apresenta uma vida útil de pelo menos 20 anos, enquanto o asfalto costuma durar cerca de 10 anos. Além de ser mais resistente ao tráfego pesado, o concreto requer menos intervenções, o que reduz significativamente os custos de manutenção. Segundo a diretora técnica do DER/PR, Janice Kazmierczak Soares, “as manutenções no pavimento rígido acontecem muito mais tarde do que no asfalto e são pontuais e simples”.

O valor inicial de execução das obras pode ser maior, mas o custo-benefício do concreto se torna evidente no médio e longo prazo. Janice explica que todos os projetos contam com estudos de viabilidade para comparar as duas técnicas: “Em 5 ou 10 anos, o pavimento rígido vai ser mais vantajoso. Isso reforça o compromisso do Estado em projetos de longo prazo”.

Vantagens operacionais

As rodovias de concreto oferecem uma série de vantagens operacionais. Com menos necessidade de manutenção, há menos bloqueios nas estradas e, consequentemente, menos transtornos aos motoristas. Além disso, o pavimento proporciona um consumo de combustível mais eficiente, pois há menos deformações na pista. As estradas de concreto também são mais seguras, especialmente em condições adversas, como chuva, devido à maior aderência proporcionada pelo pavimento texturizado.

À noite, a coloração mais clara do concreto melhora a visibilidade na estrada, aumentando a segurança dos motoristas. Outra vantagem é o conforto térmico, já que o pavimento de concreto aquece menos sob o sol intenso.

Técnica Whitetopping

Uma das técnicas aplicadas na renovação das rodovias é o whitetopping, que consiste na aplicação de concreto sobre uma base de asfalto existente. Essa metodologia permite que as obras sejam executadas mais rapidamente e a um custo menor. Um exemplo bem-sucedido dessa técnica foi o trecho de 60 quilômetros da PRC-280 entre Palmas e General Carneiro, concluído em março de 2023. “A obra foi entregue em praticamente um ano, um período de tempo que seria muito difícil de executar se fosse uma obra em pavimento flexível”, destacou Paulo Roberto Melani, engenheiro responsável pela fiscalização da obra.

Testes de resistência

Para garantir a qualidade das rodovias de concreto, o DER/PR conduziu testes inovadores de resistência na PRC-280, entre Clevelândia e Palmas. Usando a tecnologia Traffic Speed Deflectometer Device (TSDd), que mede as deflexões do pavimento, foi possível comprovar a robustez da pista em apenas três horas de avaliação, em um trecho de 60 quilômetros.

Histórico e evolução

Dejalma Fresson Júnior, coordenador da Associação Brasileira de Concreto Portland (ABCP), explica que, apesar de as rodovias de concreto serem tradicionais em todo o mundo, no Brasil, o asfalto dominou por razões históricas, como a construção de Brasília e a fundação da Petrobras. No entanto, o concreto voltou a ganhar força nos últimos anos, devido à evolução tecnológica e à proximidade dos custos das matérias-primas.

O concreto utilizado nas rodovias paranaenses possui uma resistência específica para suportar o tráfego de caminhões e ônibus, com uma tração na flexão de 4,5 MPa. Esse modelo garante que as estradas sejam duráveis e seguras para o transporte de cargas pesadas.

Lista de obras em concreto:

  • Três lotes da revitalização da PRC-280 (General Carneiro a Pato Branco)
  • Revitalização da ligação entre Goioerê e Quarto Centenário
  • Duplicação do Contorno Oeste de Cascavel
  • Duplicação da ligação entre Guarapuava e Turvo (três lotes)
  • Duplicação da ligação entre Matinhos e Pontal do Paraná
  • Pavimentação da ligação entre Mandirituba e São José dos Pinhais
  • Revitalização da PR-151, entre Ponta Grossa e Palmeira
  • Corredor Metropolitano da Capital – Novo Contorno Sul de Curitiba

Texto adaptado do Jornal A Folha do Sudoeste.

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