Na feira do Largo do Machado, na zona sul do Rio de Janeiro, a preferência pelo pagamento em dinheiro físico ainda persiste entre alguns consumidores, mesmo com o avanço dos métodos eletrônicos. Renata Moreira, servidora pública de 47 anos, exemplifica essa escolha: “Tenho usado bastante débito e Pix, mas hoje precisei sacar dinheiro no banco. Um real foi adicionado ao preço dos limões devido à taxa de cartão”. Ela também menciona a praticidade do dinheiro em certos locais de risco, onde acessar o Pix pode ser complicado devido à necessidade de retirar o telefone da bolsa e acessar a internet.
Segundo o Banco Central, mesmo após 30 anos do real, R$ 347,331 bilhões em cédulas e moedas estão em circulação, representando 3,13% do PIB, esse número diminuiu após a pandemia de covid-19, quando atingiu 5% do PIB em 2020 com o auxílio emergencial.
O Pix movimentou R$ 2,137 trilhões em maio, equivalente a 19,26% do PIB, refletindo seu impacto na inclusão financeira. No entanto, a preferência pelo dinheiro físico ainda é evidente, especialmente entre idosos, como Marina de Souza, 80 anos, e Hilda Pereira, 65 anos, frequentadoras da feira, que preferem o cartão de débito ou dinheiro em espécie.
Para Virene Matesco, professora de economia da FGV, o avanço dos pagamentos eletrônicos traz benefícios, como a redução de custos de transação, mas também apresenta riscos, como o aumento do endividamento devido à facilidade de acesso ao crédito.