Falta do cinto de segurança está presente em 35% das mortes na BR-277

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Você já se perguntou “é só uma viagem rápida, será que preciso colocar o cinto?”? Esse pequeno descuido pode custar vidas. Um levantamento recente da EPR Litoral Pioneiro revelou um dado alarmante: 35% das vítimas fatais de acidentes nas rodovias administradas pela empresa não utilizavam o cinto de segurança. O dado abrange o período de maior movimento nas estradas, entre dezembro de 2024 e março de 2025, que inclui festas de fim de ano, férias de verão e Carnaval. “São dados que nos chamaram a atenção neste primeiro ano de operação viária de rodovias como a BR-277, que liga Curitiba ao Litoral, e entre os Campos Gerais e o Norte Pioneiro. Muitas dessas vidas poderiam ter sido salvas com um gesto simples: o uso do cinto de segurança”, comenta Fernando Milléo, gerente de Operações da concessionária.

A empresa já desenvolve diversas campanhas de conscientização, como a atual, alusiva ao Maio Amarelo, que ocorre até o final do mês com o tema “Desacelere. Seu bem maior é a vida”. Apesar de o cinto ser obrigatório no Brasil desde 1997, muitas pessoas ainda ignoram o uso. A doutora em Gestão Urbana da Uninter, Rafaela Aparecida de Almeida, ressalta que pesquisas apontam que até 50% dos passageiros não utilizam o cinto, principalmente no banco traseiro. “É um número bem expressivo”, destaca a especialista.

A falsa sensação de segurança conferida por tecnologias como airbags ou a percepção de desconforto com o cinto são fatores que explicam essa negligência. Os riscos de não usar o equipamento incluem lesões graves, lançamento do corpo para fora do veículo e ferimentos nos demais ocupantes. “Em muitas vezes o acidente não pode ser evitado, mas a fatalidade sim, se a pessoa estiver usando o cinto de segurança. Então precisa dessa maior conscientização”, reforça Rafaela.

Curiosamente, essa mudança de comportamento pode começar com as crianças. “Quando a gente muda o comportamento das crianças elas começam a cobrar os pais pelo uso do cinto de segurança. Muitas vezes ela pode não entender o porquê, mas como ela foi ensinada, isso se torna a cultura dela”, complementa a especialista.

O transporte de crianças também exige cuidados especiais. O Código de Trânsito Brasileiro especifica equipamentos adequados por peso ou altura, sempre no banco traseiro:

  • Bebê conforto: até 13kg
  • Cadeirinha: até 18kg
  • Assento de elevação: até 1,45m de altura
  • Banco traseiro com cinto de segurança: acima de 1,45m

Além disso, os pets também requerem transporte seguro e não devem ficar soltos nos veículos. Eles devem ser acomodados com guia presa ao cinto ou em cadeirinhas específicas.

A regulamentação para o uso do cinto é clara e as infrações podem ser custosas. O artigo 65 do Código de Trânsito Brasileiro determina que é “obrigatório o uso do cinto de segurança para condutor e passageiros em todas as vias do território nacional”. A multa para a infração é de R$ 195,23, com perda de cinco pontos na carteira e retenção do veículo até que o cinto seja colocado. Já transportar crianças em condições inadequadas é uma infração gravíssima, acarretando multa de R$ 293,47, perda de sete pontos na carteira e retenção do veículo até a regularização.

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