Os atletas paralímpicos do Paraná foram recebidos com festa nesta quinta-feira (12), ao retornarem ao Estado após alcançarem o melhor desempenho da história na Paralimpíada de Paris 2024. Com o apoio de programas estaduais, dez atletas conquistaram oito medalhas, superando o resultado de Tóquio 2016, quando o Paraná trouxe sete medalhas com nove competidores.
As três medalhas de prata e cinco de bronze dos paranaenses foram essenciais para o Brasil garantir sua melhor posição na história dos Jogos Paralímpicos. O País conquistou 89 medalhas no total – 25 de ouro, 26 de prata e 38 de bronze –, garantindo o quinto lugar no quadro geral, atrás de China, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Países Baixos.
Dos 28 atletas e técnicos paranaenses em Paris, 20 são beneficiários do programa Geração Olímpica e Paralímpica (GOP), e 13 recebem apoio via o Proesporte, ambos oferecidos pelo Governo do Paraná por meio da Secretaria de Estado do Esporte (SEES).
Medalhas e depoimentos
O paratleta Vitor Tavares, que levou a medalha de bronze no parabadminton, celebrou o feito inédito para a modalidade, que pela primeira vez chegou ao pódio em uma Paralimpíada. “Essa conquista representa muito, pois conseguimos dar visibilidade ao esporte e inspirar pessoas”, afirmou Tavares, que é apoiado pelo GOP desde 2017.
Ronan Cordeiro, medalhista de prata no triatlo paralímpico, também destacou a importância do suporte dos programas estaduais. “As bolsas são fundamentais para nos mantermos no esporte, cobrirmos os custos de viagens e equipamentos”, disse.
Miquéias Elias Rodrigues, que levou o bronze na canoagem, reforçou o papel do apoio financeiro para sua preparação. “Sem essa bolsa, seria muito difícil manter o nível de treinamento”, afirmou.
Outros atletas premiados foram Igor Tofalini (prata nos 200m VL2 da canoagem), Débora Carneiro (prata nos 100m peito S14), Beatriz Carneiro (bronze nos 100m peito S14 e no revezamento 4x100m livre misto S14), além de Cássio Reis, Jefinho Gonçalves e Tiago Paraná, que conquistaram o bronze no futebol de cegos.
Orgulho e reconhecimento
Mesmo os atletas que não subiram ao pódio conseguiram resultados importantes, figurando entre os dez melhores de suas categorias. Entre eles, a canoísta Mari Santilli destacou o orgulho de estar entre os finalistas. “Estar entre os melhores do mundo já é uma grande vitória”, disse.
A participação de 28 atletas foi a maior delegação paralímpica da história do Paraná. Para Walmir da Silva Matos, diretor-presidente da Paraná Esporte, esse resultado reflete o compromisso do Estado com o esporte de alto rendimento. “Tivemos o maior número de participantes e os melhores resultados. Nosso apoio ao desenvolvimento dos atletas jovens trará ainda mais conquistas para o Paraná”, afirmou.
Emoção e projeção futura
A paratleta Edwarda Oliveira, que participou do vôlei sentado, viveu um momento especial fora das competições. Mesmo sem medalha, ela foi pedida em casamento pelo também atleta paralímpico Rogério Junior Xavier, durante os Jogos. O pedido emocionou a delegação e gerou grande repercussão. “Foi um gesto verdadeiro e emocionante, ainda mais em Paris, a cidade do amor”, contou Edwarda.
Agora, o casal se prepara para os próximos desafios, com foco total nos Jogos Paralímpicos de Los Angeles, em 2028.
Programas de incentivo ao esporte
O Geração Olímpica e Paralímpica, criado em 2011, é o maior programa estadual de incentivo ao esporte no Brasil, de acordo com pesquisa da UFPR. Desde sua criação, já investiu mais de R$ 55 milhões em bolsas para atletas e técnicos do Paraná.
Denise Golfieri, coordenadora do GOP, destacou o impacto da iniciativa. “Esse programa transforma vidas e inspira gerações. Ver tantos atletas apoiados por nós conquistando medalhas em Paris é um grande orgulho”, afirmou.
O Proesporte, outro programa de fomento, destinou R$ 50 milhões para o ciclo 2024/2025, com previsão de mais R$ 50 milhões para 2026/2027. Desde 2018, já foram investidos R$ 83 milhões em 577 projetos, dos quais R$ 10 milhões foram voltados a projetos para pessoas com deficiência.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN.