Estiagem no Paraná gera quase R$ 10 bilhões em prejuízos na agricultura e pecuária

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A estiagem que afeta o Paraná na safra 2023/24 resultou em perdas estimadas em quase R$ 10 bilhões ao Valor Bruto de Produção (VBP) da agricultura, impactando também as atividades pecuárias. Os técnicos Ana Paula Kowalski e Fábio Mezzadri, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP, discutiram a situação em recente programa de rádio Campo & Cia.

De acordo com o levantamento do Sistema FAEP, em parceria com o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a soja lidera as perdas financeiras, totalizando R$ 6,5 bilhões. O milho segunda safra sofreu prejuízos de R$ 1,4 bilhão, seguido pelo trigo, com perdas de R$ 616 milhões. No total, as perdas somam R$ 9,94 bilhões. “A produção de grãos safra 23/24 foi fortemente afetada pelas estiagens ocorridas ao longo do ciclo e pelas geadas tardias”, ressaltou Ana Paula Kowalski.

Na pecuária, a estiagem teve um impacto mais severo nos meses de agosto e setembro. A quantidade de focos de incêndio aumentou drasticamente, prejudicando o meio ambiente e áreas de cultivo. “Nas regiões mais quentes, não é possível cultivar gramíneas de clima temperado, como aveia e azevém. Os pecuaristas estão utilizando técnicas como manter o gado nas pastagens secas, com uso de sal proteinado, o que permite a manutenção nutricional dos animais, mas sem ganhos de peso”, alertou Mezzadri.

Além disso, em 2024, o Paraná registrou um aumento alarmante no número de incêndios florestais, atingindo 11.115 casos até 9 de setembro, superando o recorde anterior de 10.835 ocorrências em 2019.

Em busca de soluções, o Sistema FAEP tem trabalhado com o governo estadual. Recentemente, o presidente interino da entidade, Ágide Eduardo Meneguette, se reuniu com representantes do governo e da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável (Sedest). Um decreto de situação de emergência (7.258/2024), publicado em 5 de setembro, foi uma das medidas anunciadas para combater os incêndios e permitir a recuperação das áreas atingidas.

Foto: Gilson Abreu/AEN.

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