O Comitê de Política Monetária (Copom), após a recente alta do dólar e o aumento das incertezas, optou por diminuir o ritmo de cortes na taxa Selic, os juros básicos da economia. Por uma margem estreita de 5 votos a 4, decidiu-se pela redução de 0,25 ponto percentual, fixando a taxa em 10,5% ao ano. A decisão era aguardada pelos analistas financeiros.
Essa sétima redução consecutiva da Selic reflete uma mudança no padrão de cortes, que anteriormente era de 0,5 ponto percentual a cada reunião, entre agosto do ano passado e março deste ano.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desempatou a votação ao apoiar o corte de 0,25 ponto, alinhado com outros quatro diretores indicados pelo governo anterior. Os outros quatro membros indicados pelo atual governo votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual.
Em comunicado, o Copom destacou a piora do cenário internacional e a inflação subjacente, que supera a meta estabelecida. O comitê também ressaltou a importância da credibilidade fiscal, sem fornecer indicações sobre futuras decisões.
A taxa atual é a menor desde fevereiro de 2022, quando estava em 9,75% ao ano. Anteriormente, o Copom havia elevado a Selic por 12 vezes consecutivas entre março de 2021 e agosto de 2022, respondendo à pressão inflacionária de alimentos, energia e combustíveis.
A Selic é crucial para controlar a inflação medida pelo IPCA. Em março, o IPCA ficou em 0,16%, acumulando 3,93% em 12 meses, exatamente no teto da meta de inflação definida pelo CMN para 2024.
A redução da Selic estimula a economia ao baratear o crédito, mas pode dificultar o controle da inflação. O Banco Central estima um crescimento de 1,9% para a economia em 2024, enquanto o mercado projeta uma expansão um pouco superior, de 2,05% do PIB.
