A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu dois homens, de 34 e 54 anos, apontados como suspeitos de integrar uma organização criminosa investigada pela falsificação de documentos de jogadores de futebol para aplicar golpes financeiros. A operação ocorreu na manhã desta terça-feira (24) em Curitiba e Almirante Tamandaré. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária pelos crimes de estelionato eletrônico, associação criminosa e lavagem de dinheiro. As ações contaram com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Durante as buscas, os policiais apreenderam mais de 15 celulares, documentos usados na falsificação – incluindo cédulas de identidade em branco –, máquinas de cartão, cartões bancários e outros itens que serão periciados para identificar eventuais novas vítimas. Segundo as investigações, os suspeitos falsificaram documentos de identificação de dois jogadores de futebol. O grupo usava esses documentos falsos para abrir contas bancárias e solicitar a portabilidade de salários dos atletas. As fraudes foram detectadas e denunciadas pelas instituições financeiras. Estima-se que o esquema permitiu que os criminosos desviassem cerca de R$ 1,2 milhão.
O delegado Thiago Lima detalhou que os suspeitos falsificavam os documentos utilizando dados reais dos jogadores, mas com fotos de “laranjas” que tiravam selfies exigidas por bancos digitais na abertura de contas. Isso permitia a realização da portabilidade de salário para contas ligadas ao grupo criminoso. Um dos jogadores teve prejuízo de R$ 800 mil, enquanto o outro perdeu R$ 400 mil. Na época das fraudes, as vítimas jogavam pelos clubes Flamengo e Grêmio. Os valores desviados eram pulverizados em diversas contas bancárias para dificultar o rastreamento e facilitar o lucro do grupo, composto por vários envolvidos. O suposto líder, preso em Curitiba, já tinha ao menos três passagens pela polícia por estelionato eletrônico e era responsável por gerenciar as contas para movimentar os valores.
As investigações indicaram que os “laranjas” participantes tinham ciência de que estavam envolvidos em uma fraude, mas não tinham pleno conhecimento da sua dimensão nem das identidades das vítimas. Conforme o delegado, a organização criminosa estaria operando desde agosto de 2024. Paralelamente, a Polícia Civil de Rondônia deflagrou outra operação nesta terça-feira e identificou que o mesmo grupo atuava em diferentes estados. Foram cumpridos mandados em Rondônia, Mato Grosso e Amazonas.