Fiocruz: carnaval pode aumentar casos de complicações respiratórias

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Às vésperas do carnaval, nenhum estado brasileiro apresenta incidência elevada de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causados por covid-19. Estados que anteriormente registravam aumento da doença entre idosos, como Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Maranhão, Sergipe e Mato Grosso, agora mostram estabilidade ou oscilações nos índices de casos.

Entretanto, o boletim Infogripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alerta que a aglomeração de pessoas durante o carnaval pode favorecer a transmissão de vírus respiratórios. Por isso, a orientação é que quem apresentar sintomas gripais, como coriza, tosse ou febre, evite participar de festas e procure assistência médica caso os sintomas se agravem. Essa recomendação se estende também ao período pós-folia. Além disso, a Fiocruz reafirma a importância de manter o calendário vacinal atualizado. Atualmente, a vacinação básica contra a covid-19 é voltada para crianças de 6 meses até menos de 5 anos. Entretanto, grupos de risco, como idosos, gestantes, pessoas com deficiência ou comorbidades, precisam de reforços periódicos.

A SRAG é caracterizada pelo agravamento de sintomas gripais, comprometendo a função pulmonar. Essa complicação frequentemente leva à necessidade de internação e pode ser fatal, especialmente em populações vulneráveis. Até o dia 22 deste mês, foram contabilizados cerca de 13,5 mil casos de SRAG no Brasil, dos quais mais de 2,2 mil tiveram diagnóstico confirmado de covid-19. A síndrome resultou em 1.194 óbitos, sendo 466 deles causados por coronavírus, o equivalente a 80,9% das mortes associadas a algum vírus.

O boletim também destaca um aumento nos casos de SRAG em crianças e adolescentes após o retorno às aulas, especialmente em pessoas de até 14 anos. Na última semana analisada, sete unidades da federação registraram crescimento dos casos: Acre, Pará, Roraima, Tocantins, Sergipe, Goiás e Distrito Federal. Em Goiás e no Distrito Federal, já foi identificado que a maior parte dessas ocorrências está relacionada ao vírus sincicial respiratório (VSR), que é particularmente grave em crianças menores de 2 anos. Nos demais estados, os dados ainda não permitem estabelecer o vírus responsável.

Nas últimas quatro semanas, entre os casos com diagnóstico de algum vírus no Brasil, 45,3% foram atribuídos à covid-19, 21,2% ao rinovírus e 19,3% ao VSR. Além disso, em nove estados, a incidência de SRAG em crianças e adolescentes ainda é considerada baixa, mas apresenta uma tendência de aumento. São eles: Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Bahia, Ceará e Paraíba.

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