O Governo do Paraná emitiu uma resolução (Resolução Conjunta Sedest/Sesa/IAT nº11/2023) que estabelece procedimentos para o recolhimento e destinação adequada de carcaças de felinos e outros animais com suspeita ou confirmação de esporotricose, uma doença causada por um fungo que afeta humanos e animais, especialmente gatos. Publicada no Diário Oficial, a resolução foi elaborada pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Instituto Água e Terra e secretaria estadual da Saúde.
A medida determina a incineração como método adequado para a destinação final das carcaças, enfatizando que tutores de animais diagnosticados ou suspeitos da doença devem informar a morte aos serviços ambientais, de vigilância em saúde ou outro serviço municipal responsável para recolhimento da carcaça, que deve ser isolada em saco plástico.
Fernanda Góss Braga, coordenadora de Patrimônio Natural e Educação Ambiental da Sedest, destaca que essas medidas visam conter a disseminação da esporotricose, uma doença que tem apresentado aumento no Paraná, afetando tanto humanos quanto animais.
No último ano, os casos de esporotricose mais que dobraram no estado, com 2.274 animais notificados até outubro de 2023, em comparação com 793 em 2022. Casos em humanos também aumentaram, passando de 215 para 660 no mesmo período. As regionais de saúde Metropolitana de Curitiba, de Foz de Iguaçu e de Paranaguá apresentam maior incidência.
A esporotricose, causada pelo fungo Sporothrix spp., pode ser transmitida por felinos infectados. A resolução destaca a importância de não enterrar as carcaças, pois isso poderia contaminar o solo e contribuir para a disseminação da doença.
A medida também estabelece que o recolhimento das carcaças em espaços públicos ou terrenos vazios deve seguir os mesmos procedimentos e condições, com a obrigação de comunicar o fato aos serviços municipais para recolhimento.
A resolução prevê um prazo máximo de 12 horas para o recolhimento da carcaça pelo serviço municipal de coleta ou por empresa contratada, com a obrigação de seguir os procedimentos de biossegurança e utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) durante a manipulação. Os municípios têm 120 dias para se adaptar à nova regulamentação.
Para o secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Valdemar Bernardo Jorge, é necessário o envolvimento também da sociedade para o controle da doença. “É fundamental que a população colabore com essa medida, comunicando o óbito dos animais aos serviços municipais e mantendo as carcaças isoladas em saco plástico até o seu recolhimento. Essa é uma iniciativa que visa a promoção da saúde única, já que cuida da saúde das pessoas, do ambiente e dos animais”, afirma.
Texto adaptado de: Folha do Norte