O Governo do Paraná está finalizando dois importantes projetos para aumentar a resiliência do estado frente a desastres naturais extremos. Desenvolvidos em parceria pelo Instituto Água e Terra (IAT) e o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), os programas Monitora Paraná e Monitora Litoral devem ser implementados ainda neste ano.
Esses programas visam aprimorar a estrutura de monitoramento de desastres ambientais por meio da coleta de dados, ações de mapeamento, melhoria dos sistemas de alerta, aquisição de novos equipamentos e modernização dos sistemas de informação. O investimento totaliza R$ 140 milhões, divididos igualmente entre os dois programas, com recursos provenientes da compensação do acidente ambiental da Petrobras em Araucária, em 2000, liberados recentemente pela Justiça Federal.
O secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, destacou a importância do investimento: “É um volume significativo de recursos para essa área, em que estamos buscando a inovação e a precisão na prevenção de eventos críticos. Tanto IAT quanto Simepar vão exercer papéis importantes no monitoramento, compartilhando a operação em prol da modernização dos sistemas, de respostas rápidas para a segurança da população paranaense”.
Os projetos focam no monitoramento, previsão e alerta hidrometeorológico de pontos estratégicos do estado, cada um com um enfoque específico. O Monitora Paraná visa identificar vulnerabilidades em áreas de proteção ambiental, como Unidades de Conservação (UCs) e Corredores Ecológicos, que podem ser afetadas por eventos climáticos extremos, como os recentes incêndios florestais.
A iniciativa envolve a aquisição de novos equipamentos para complementar a estrutura de monitoramento existente, incluindo radares, estações hidrológicas e meteorológicas automáticas e novos sistemas computacionais. O índice de vulnerabilidade será utilizado para formular planos de adaptação e mitigação, conforme explica Souza: “Ou seja, quanto maior o índice, mais atenção do Estado aquele local requer. É assim que vamos trabalhar”.
Já o Monitora Litoral tem como objetivo estabelecer uma estrutura de monitoramento ao longo de pontos críticos dos sete municípios do litoral: Antonina, Morretes, Paranaguá, Pontal do Paraná, Guaraqueçaba, Matinhos e Guaratuba. O foco está em ecossistemas costeiros vulneráveis, como as baías de Paranaguá e Guaratuba. Os novos equipamentos irão medir variáveis como o nível do mar, altura de ondas e correntes marítimas, contribuindo para a construção de uma modelagem oceanográfica do Paraná.
Paulo de Tarso, diretor-presidente do Simepar, afirmou: “É um grande avanço. O Paraná deixa de ser apenas reativo para atuar de fato na prevenção dos eventos climáticos, atuando antes dos acontecimentos. É um novo momento na história da humanidade, mas que o Estado passa a se habilitar por meio desse programa Monitora Paraná, com modernização e instrumentalização adequada”. A execução completa das iniciativas deve durar de três a quatro anos.
Os novos projetos se somam à estrutura já existente no governo estadual para a prevenção de desastres naturais, como as 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas atmosféricas. O Simepar fornece dados meteorológicos para órgãos como a Coordenadoria de Defesa Civil e a Sedest, facilitando as ações de resposta a situações extremas.
O estado já monitora eventos como enchentes, deslizamentos e secas. Um exemplo das iniciativas é o Inovação Ambiental do Paraná, operacionalizado pelo Núcleo de Inteligência Geográfica e da Informação (NGI) do IAT. Além disso, o Programa Paranaense de Mudanças Climáticas (Paranaclima) da Sedest desenvolve ações para reduzir emissões de gases de efeito estufa e fortalecer a capacidade de adaptação.
Dentre os resultados desse programa está o Índice de Vulnerabilidade dos Municípios, ferramenta que ajuda a direcionar medidas de combate a eventos climáticos extremos e promovendo ações de educação ambiental para conscientizar a população paranaense.