Paraná alerta para aumento de vírus respiratórios e reforça atendimento e vacinação

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O Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), publicou nesta sexta-feira (6) a Resolução nº 1.014/2025, com orientações para o enfrentamento de casos de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAGs). O documento estabelece medidas preventivas, como atendimento prioritário para pacientes com sintomas, reforço na vacinação de grupos prioritários e elaboração de planos de ação municipais. A resolução também declara estado de alerta em saúde pública e institui um Plano de Ação Estadual com validade de 90 dias.

Segundo a Sesa, desde o início do ano foram confirmados 10.635 casos e 523 mortes por SRAG hospitalizado no Estado. Entre esses, 991 casos e 85 óbitos foram de Influenza, com apenas nove vacinados entre os que faleceram. Dados epidemiológicos das semanas 18 a 22 de 2024 e 2025 indicam um aumento de 43,17% nas hospitalizações por SRAG, crescendo de 3.164 para 4.530 casos. Dos 399 municípios, 222 (55,6%) tiveram casos de SRAG hospitalizado e 25 (6,3%) registraram óbitos.

“Estamos com um momento de muita pressão nas vagas de leitos hospitalares, tanto de enfermaria quanto também de UTIs em todo o Estado, e com essa resolução de alerta instituímos o plano de ação para enfrentamento dessa síndrome respiratória aguda grave neste momento”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Para auxiliar no diagnóstico precoce, a Sesa adquiriu 100 mil testes rápidos do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) para detectar Influenza A, B e Covid-19. O investimento de R$ 800 mil será distribuído para Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Pronto Atendimento (PA) dos hospitais e Unidades Básicas de Saúde (UBS). “Usar esse teste rápido do IBMP… possibilita o profissional de saúde entrar antecipadamente com o esquema terapêutico com medicação do oseltamivir (tamiflu), auxiliando na recuperação dos pacientes”, acrescentou o secretário.

Em resposta à alta demanda por hospitalizações, o Estado já autorizou a abertura de 58 leitos em Curitiba, Foz do Iguaçu e Ponta Grossa. São 20 leitos pediátricos no Hospital Infantil Waldemar Monastier, em Campo Largo; 13 no Hospital do Coração Bom Jesus, em Ponta Grossa (10 de enfermaria e 3 de UTI); e 25 no Hospital Madre Die, em São Miguel do Iguaçu (15 de enfermaria e 10 de UTI infantil). Segundo a Regulação de Leitos Estadual, o Paraná possui capacidade para criar mais 200 leitos, sendo 50 de UTI e 150 de enfermaria, conforme necessário.

Atualmente, a taxa de ocupação de leitos no Paraná é de 88% para UTI e 62% para enfermaria, com casos de SRAG ocupando 10% dos leitos de UTI e 6% dos de enfermaria. O número de internações de crianças e idosos aumentou em relação a 2024: internações de crianças até cinco anos subiram 14,12% (de 4.951 para 5.765) e de idosos acima de 60 anos cresceram 19,66% (de 5.573 para 6.937). Quase 80% dos pedidos na Central de Leitos são para esses dois grupos etários.

A vacinação contra a gripe Influenza é reforçada pela resolução. Conforme o Vacinômetro Nacional, 2.462.215 doses foram aplicadas no Paraná, com uma cobertura de 42,11% entre idosos, crianças e gestantes. Especificamente, a cobertura é de 46,03% para idosos, 33,74% para crianças e 30,83% para gestantes, longe da meta de 90% estabelecida. Este ano, foram distribuídas 4.188.000 doses pelo Ministério da Saúde.

O boletim de circulação viral divulgado também observa que, das 2.643 amostras recentes processadas pelo sistema Sentinela, 47,9% (1.267) testaram positivo para vírus respiratórios. Foram identificados 283 casos de Influenza e 1.009 de outros vírus respiratórios, sendo que 48 amostras apresentaram codetecção. Entre os dados de Covid-19, o período de 29/12/2024 a 31/05/2025 registrou 14.600 casos e 94 óbitos de residentes no Paraná, com incidência de 125,9 casos e mortalidade de 0,81 óbitos a cada 100 mil habitantes.

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