O Governo do Paraná, por intermédio da Secretaria de Estado da Educação, visa expandir o programa Parceiro da Escola a partir de 2025, conforme proposto em um projeto de lei que será encaminhado aos deputados estaduais na semana seguinte. Este projeto tem como finalidade aprimorar a gestão administrativa e de infraestrutura das escolas, através de parcerias com empresas especializadas em gestão educacional. Essas empresas serão encarregadas da administração das escolas selecionadas na rede, bem como da gestão de serviços terceirizados, como limpeza e segurança.
O processo de implementação do Parceiro da Escola será conduzido por meio de consulta pública junto à comunidade escolar, seguindo um modelo similar ao das consultas cívico-militares, em um processo democrático. A previsão é que a consulta ocorra em 200 escolas de aproximadamente 110 cidades, identificadas com potencial de aprimoramento pedagógico, visando reduzir a evasão escolar. Este número corresponde a cerca de 10% da rede.
O objetivo principal do programa é permitir que diretores e gestores possam concentrar seus esforços na melhoria da qualidade educacional, dedicando-se ao desenvolvimento de metodologias pedagógicas, treinamento de professores e acompanhamento do progresso dos alunos. Os diretores, professores e funcionários já lotados nas escolas serão mantidos, e as vagas remanescentes serão preenchidas pela empresa parceira, com salários equivalentes aos praticados pelo Estado do Paraná. A gestão pedagógica permanecerá sob responsabilidade do diretor concursado.
As empresas serão selecionadas por meio de licitação, em lotes, por um período determinado, cuja duração ainda está em análise. Elas deverão comprovar experiência na área. O investimento previsto no projeto será semelhante ao atualmente praticado nas escolas que passarão pela mudança.
Nas escolas participantes, além dos serviços já oferecidos pela rede estadual, haverá um gestor administrativo, acompanhamento de nutricionista e educadores adicionais, inclusive para o contraturno, visando garantir o atendimento aos alunos em sala de aula, especialmente em casos de ausência de professores. Além disso, os estudantes receberão gratuitamente kits de uniforme escolar.
Países como Canadá, Coreia do Sul, Inglaterra e Espanha, líderes em rankings mundiais de educação, adotam sistemas semelhantes de parcerias na administração. No Paraná, esse projeto-piloto já está em andamento desde 2023 no Colégio Estadual Aníbal Khury, em Curitiba, e no Colégio Estadual Anita Canet, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC).
“Essa divisão de responsabilidades visa maximizar o progresso acadêmico dos alunos e a qualidade geral da educação oferecida pelas escolas. Ao contar com o suporte de uma entidade privada especializada em gestão educacional, as instituições de ensino público terão acesso a recursos e expertise que promoverão melhorias. Os resultados nas escolas que já adotaram o programa são satisfatórios”, afirma o secretário da Educação, Roni Miranda.
O programa também prevê uma avaliação contínua das escolas parceiras, garantindo a eficácia da iniciativa. Esse processo envolverá aspectos qualitativos dos serviços oferecidos pela empresa parceira, níveis de satisfação da comunidade escolar e o cumprimento de metas estabelecidas pelo Estado, como aprendizagem e frequência escolar.
É importante ressaltar que o programa não será implementado em escolas indígenas, quilombolas, em ilhas ou nas escolas cívico-militares.
Confira a lista das escolas elegíveis para a consulta AQUI . Essa fase só terá início depois da aprovação do programa.