O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Brasil, alcançou novos recordes no início deste mês, superando 220 milhões de transações em um único dia e movimentando R$ 119,4 bilhões.
Esse crescimento acentuado tem atraído a atenção de criminosos, que exploram a popularidade do sistema para aplicar diversos tipos de golpes.
Principais Tipos de Golpes via Pix
- Golpe do 0800
Criminosos enviam mensagens ou fazem ligações simulando uma transação suspeita no cartão de crédito. Orientam a vítima a ligar para um número 0800, que é uma falsa central de atendimento. Também podem usar URAs (Unidades de Resposta Audível) para criar uma falsa central. O golpista pede informações confidenciais e induz a vítima a realizar uma transação via Pix para resolver o problema. - Golpe da Tarefa (ou da Renda Extra)
Os golpistas oferecem empregos falsos que prometem pagamento por avaliações de produtos ou curtidas em redes sociais. Após um “depósito” via Pix para acessar um aplicativo ou serviço, a vítima não recebe o acesso prometido e perde o dinheiro. - Golpe da Clonagem de WhatsApp
Fraudadores pedem um código enviado para a vítima para atualizar ou confirmar o cadastro do WhatsApp. Com o código, clonam a conta do aplicativo e solicitam dinheiro emprestado via Pix para contatos da vítima. - Golpe de Engenharia Social com WhatsApp
Criminosos usam fotos e contatos da vítima para enviar mensagens de um novo número, alegando estar em emergência e solicitando uma transferência via Pix. - Golpe do Acesso Remoto (Mão Fantasma)
Criminosos instalam um programa malicioso no celular da vítima disfarçado como um aplicativo bancário. Após a instalação, têm acesso ao aparelho e às informações pessoais da vítima. - Golpe do Atendimento Bancário Falso
Os golpistas, fingindo ser funcionários do banco, oferecem ajuda para cadastrar uma chave Pix ou regularizar dados. Após obter informações pessoais, solicitam a realização de operações financeiras via Pix para “corrigir” supostos problemas. - Golpe da Falha do Pix
Criminosos disseminam informações falsas sobre uma falha no sistema Pix que supostamente permite devoluções em dobro. A vítima é atraída e transfere dinheiro para contas dos criminosos, acreditando que receberá um valor maior. - Golpe do QR Code Falso
Criminosos substituem QR Codes reais por falsos, direcionando pagamentos para contas de criminosos. - Golpe do Pix por Engano
Após fazer uma transferência para a conta da vítima, o golpista contata a pessoa e finge que a transferência foi um engano, pedindo a devolução do valor para uma conta diferente. O golpista então utiliza o Mecanismo Especial de Devolução (MED) para recuperar o dinheiro, prejudicando a vítima. - Golpe do Falso Leilão
Criminosos criam sites falsos de leilão e pedem pagamentos via Pix para garantir a compra de produtos com preços muito baixos. Após o pagamento, os produtos não são entregues. - Golpe do Dinheiro Fácil
Ofertas de dinheiro fácil ou retornos exagerados são feitas através de redes sociais e anúncios. A vítima paga um valor via Pix e não recebe o retorno prometido. - Golpe do Desenrola Brasil ou Valores a Receber
Criminosos se passam por representantes dos sistemas “Valores a Receber” ou “Desenrola Brasil” e pedem pagamento de taxas falsas para liberar valores, usando links e comunicações falsas.
Orientações de segurança
Adriano Volpini, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, recomenda que os consumidores sejam cautelosos com mensagens de emergência e nunca forneçam dados pessoais para desconhecidos. As instituições financeiras não solicitam dados por telefone e não pedem para realizar pagamentos ou transferências para resolver problemas.
Se uma transferência for realizada, a vítima deve solicitar o Mecanismo Especial de Devolução do Pix (MED) por telefone ou aplicativo do banco.
Dicas de Proteção:
- Não ligue para números 0800 recebidos por mensagens.
- Os bancos não pedem informações pessoais por telefone nem solicitam instalação de aplicativos.
- Verifique a legitimidade de sites de leilões e lojas antes de fazer transações.
- Confirme mudanças de número de telefone antes de realizar transferências.
- Desconfie de ofertas de trabalho ou investimentos que exigem pagamento antecipado.