Emprego no setor comercial retorna ao nível pré-pandemia após três anos de recuperação

InícioNotíciasEmprego no setor comercial retorna ao nível pré-pandemia após três anos de recuperação

A Pesquisa Anual de Comércio, divulgada em 25 de julho de 2024 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o setor de comércio no Brasil voltou ao nível de emprego pré-pandemia da covid-19. Em 2022, o comércio brasileiro empregou 10,3 milhões de pessoas, superando o número de 2019, que foi de 10,1 milhões. O número máximo registrado foi de 10,6 milhões em 2014.

O IBGE indica que, embora o setor ainda não tenha atingido a máxima histórica, houve crescimento contínuo desde 2020. Marcelo Miranda Freire Melo, pesquisador do IBGE, afirma que a recuperação do emprego foi consistente em todos os anos após 2020.

O comércio varejista lidera em ocupação com 7,6 milhões de empregos em 2022. O comércio por atacado emprega 1,9 milhão de pessoas, o maior número da série histórica, e o setor de veículos, peças e motocicletas conta com 846,2 mil empregos. Dentro do comércio, os hiper e supermercados são os maiores empregadores individuais, com 14,8% dos trabalhadores.

A pesquisa também revelou que 1,4 milhão de empresas operam em 1,6 milhão de endereços, gerando uma receita líquida operacional de R$ 6,7 trilhões. O valor adicionado bruto totalizou R$ 1,1 trilhão, contribuindo significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O comércio por atacado gerou 51% da receita, seguido pelo varejo com 40,2% e o setor de veículos com 8,8%.

O IBGE considera o comércio um indicador importante da economia, refletindo variações na renda das famílias e nas condições de crédito.

Em 2022, trabalhadores do setor de comércio receberam R$ 318 bilhões em salários e remunerações. O salário médio do setor foi de dois salários mínimos, um recorde na série histórica, devido ao aumento no comércio de veículos, peças e motocicletas. O comércio por atacado apresentou o maior salário médio, de 2,9 salários mínimos, seguido pelo comércio de veículos (2,3) e varejo (1,7).

O estudo do IBGE aponta um aumento no comércio virtual durante a pandemia. O número de negócios que utilizam a internet para vendas cresceu 79,2%, passando de 1,9 mil em 2019 para 3,4 mil em 2022. No entanto, a participação da receita bruta do varejo online caiu de 9,1% em 2021 para 8,4% em 2022. Marcelo Melo do IBGE observa que essa queda não indica uma diminuição na atividade online, mas sim uma volta das compras presenciais.

O Sudeste lidera em receita bruta, número de unidades locais e salários, representando 50,6% do pessoal ocupado e 54,6% das remunerações em 2022. O Norte é a região com menor participação, com 3,5% das vagas e 3,2% dos salários.

Entre os estados, São Paulo (28,6%), Minas Gerais (10%), Paraná (8,2%), Rio Grande do Sul (6,8%) e Santa Catarina (6,5%) foram os que mais contribuíram para a receita bruta de revenda em 2022. O Rio de Janeiro caiu da terceira para a sexta posição desde 2013, enquanto o Mato Grosso subiu do 11º para o 7º lugar, destacando-se no comércio por atacado.

O IBGE ressalta que mudanças nas posições dos estados não indicam necessariamente uma queda no comércio, mas podem refletir variações na velocidade de crescimento.

Compartilhe esta publicação

WhatsApp
Fale conosco pelo WhatsApp 👋