O número de motoristas com restrições na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devido a problemas de visão aumentou 72% nos últimos dez anos, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 15 de julho, pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), com base em informações da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).
Em 2014, havia 1 030 342 motoristas no Paraná com restrições, como uso obrigatório de óculos ou lentes de grau, restrição para dirigir à noite e visão monocular, em 2024, esse número subiu para 1 769 309, um aumento de 72%. Nacionalmente, o crescimento foi de 77%, passando de 14,4 milhões para 25,4 milhões de motoristas com restrições visuais.
Atualmente, as restrições visuais correspondem a 91% de todas as anotações aplicadas às 27,9 milhões de CNHs emitidas no Brasil. O CBO destaca a importância da saúde ocular, enfatizando a necessidade de prevenção e diagnóstico precoce de doenças oculares.
Entre os fatores que contribuem para o aumento das restrições estão o envelhecimento da população, a exposição prolongada a telas de celulares e computadores, e o aumento de doenças crônicas como diabetes e hipertensão. Esses fatores são agravados por hábitos inadequados de alimentação, sedentarismo e obesidade.
Os estados com maior proporção de CNHs com restrições são Rio Grande do Norte, Paraíba e Rio de Janeiro, com 42%, 38% e 34% dos condutores afetados, respectivamente. No Paraná, 30% dos motoristas enfrentam restrições visuais, o que corresponde a 1,7 milhão de habilitados entre 5,9 milhões no total.
Os tipos mais comuns de restrições incluem uso obrigatório de lentes corretivas para cerca de 25 milhões de motoristas, seguido por restrições relacionadas à visão monocular, com 351 mil casos, e impedimento de dirigir à noite, com 152,1 mil casos.
A inclusão de anotações na CNH é determinada pelo médico do tráfego durante a avaliação prévia para concessão ou renovação da habilitação. O exame avalia aspectos como acuidade visual, campo de visão, capacidade de enxergar à noite e reagir a ofuscamentos, além do reconhecimento de sinais luminosos.
“Ao detectar problemas de visão, o médico do tráfego orienta o motorista a procurar um oftalmologista para um diagnóstico preciso e tratamento adequado”, ressaltou o CBO.
Texto adaptado de: A Folha do Sudoeste
