A Secretaria de Estado da Educação (Seed) lançou o programa Alimentação Escolar Domiciliar (AED), que fornece merenda de qualidade a cerca de 800 alunos da rede estadual que recebem atendimento pedagógico em casa devido a problemas de saúde.
O programa é gerido pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), vinculado à Seed.
Os gêmeos Luiz Guilherme e Luiz Miguel Calheiros da Silva, de 17 anos, são beneficiados pelo programa. Matriculados no Colégio Estadual Dr. Xavier da Silva, em Curitiba, eles têm osteogênese imperfeita, conhecida como ossos de vidro, e precisam de aulas em casa para evitar lesões.
“Eu já tive fraturas na escola, então tinha dificuldade em estar presente e sentia ansiedade e medo de possíveis acidentes”, relatou Luiz Guilherme. “Essa ajuda é crucial para famílias que muitas vezes sacrificam sua alimentação para sustentar seus filhos.”
Luiz Miguel acrescentou: “Estou muito feliz com a ajuda, pois mesmo sem ir à escola, temos acesso aos nossos direitos. A escola vem até nós, e isso é muito importante.”
O projeto foi criado após a pandemia de Covid-19, quando foram oferecidos kits de merenda escolar durante o período de aulas online. Muitas famílias, especialmente de alunos em tratamento domiciliar, deixaram de receber os kits quando as aulas presenciais foram retomadas, afetando a aprendizagem e a vulnerabilidade desses alunos.
A mãe dos gêmeos, Eliete Cristina da Silva, destacou a importância do programa para o orçamento familiar: “Essa alimentação ajuda bastante. São itens de qualidade, como verduras, que usamos diariamente, e é uma ótima iniciativa do Estado.”
Para implementar o programa, o Governo do Paraná obteve autorização do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). O FNDE aprovou o pedido, permitindo que alunos em hospitalização domiciliar e com ensino pedagógico em casa recebam alimentação escolar.
A diretora-presidente do Fundepar, Eliane Teruel Carmona, destacou que a alimentação escolar do Paraná é reconhecida nacionalmente por sua qualidade e por comprar itens da agricultura familiar. “Em 2021, foi uma das cinco iniciativas mais bem avaliadas no Brasil, garantindo alimentação saudável para mais de 1 milhão de alunos diariamente”, afirmou Carmona. O reconhecimento veio do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde.
