Um surto de hepatite tipo A afetou mais pessoas em Curitiba. Entre janeiro e maio deste ano, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) registrou 272 casos confirmados da doença na cidade. Os dados foram divulgados no boletim epidemiológico desta segunda-feira, 3 de junho.
O boletim apontou 17 novas infecções por hepatite A, um transplante de fígado e cinco mortes causadas pela infecção pelo vírus.
A maioria dos casos, 205 (75%), é de homens, principalmente jovens entre 20 e 39 anos, as mulheres representam 25% dos casos confirmados, totalizando 67.
A hepatite A é uma doença infectocontagiosa transmitida por fezes contaminadas. Mesmo após a recuperação, a pessoa infectada continua eliminando o vírus nas fezes por até 150 dias, o que aumenta o potencial de disseminação da doença.
“A prevenção principal é através da higiene, como lavar as mãos e o corpo após usar o banheiro e após o sexo anal, além de praticar relações sexuais seguras e garantir o acesso a água e alimentos seguros, manuseados com as devidas técnicas sanitárias”, explica Beatriz Battistella, secretária municipal da Saúde.
Imunização Quem já teve hepatite A ou recebeu a vacina está imune à doença. Desde 2014, crianças de até cinco anos têm acesso à vacina pelo SUS, disponível em todas as unidades de saúde de Curitiba. Outros grupos, como pessoas com condições de saúde específicas, podem receber a vacina nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Sintomas Os sintomas iniciais da hepatite A incluem fadiga, febre, mal-estar e dores musculares, que podem ser confundidos com os de outras doenças virais. Com o tempo, podem surgir enjoo, vômitos, dor abdominal, urina escura e pele e olhos amarelados, sinais claros de hepatite A.
“A pessoa com sintomas iniciais deve procurar atendimento em uma unidade de saúde ou ligar para a Central Saúde Já (3350-9000) antes que a situação se agrave e a icterícia apareça”, alerta Alcides de Oliveira, diretor do Centro de Epidemiologia da SMS.
Em 2024, de janeiro a maio, Curitiba registrou 272 casos de hepatite A, com 165 pessoas precisando de atendimento hospitalar e 11 internações em UTI. Entre os casos graves, um paciente de 46 anos precisou de transplante de fígado e cinco pessoas morreram de hepatite A aguda.
Outras capitais brasileiras, como Porto Alegre, São Paulo e Florianópolis, também registraram surtos de hepatite A em 2023 e 2024, principalmente entre adultos jovens, especialmente homens.
Prevenção Algumas medidas importantes para prevenir a hepatite A incluem:
- Uso de preservativos e higienização das mãos antes e após o sexo;
- Lavar as mãos, especialmente após usar o banheiro e antes de preparar alimentos;
- Consumir água e alimentos seguros, bem manuseados e cozidos;
- Evitar banhos ou brincadeiras em áreas contaminadas;
- Adotar medidas rigorosas de higiene em locais como creches, restaurantes e instituições fechadas;
- Evitar construir fossas próximas a poços e nascentes de rios.