Recentemente divulgados, dados de agosto revelaram que o Paraná ocupa a décima posição entre os estados mais seguros para viver no Brasil, especialmente quando se trata da relação entre população e ocorrências de homicídio. As informações provêm do Anuário 2023 Cidades Mais Seguras©, uma iniciativa que combina dados do IBGE e do Ministério da Saúde para calcular a taxa de homicídios intencionais por município brasileiro.
No estado paranaense, a taxa de homicídios por cada 100 mil habitantes é de 24,5, ligeiramente abaixo da média nacional, que se situa em 24,9. As posições de liderança no ranking são ocupadas por Santa Catarina (1º), com uma taxa de 8,6, São Paulo (2º), com 11,3, e Minas Gerais (3º), com 14. Na outra extremidade, encontram-se Pernambuco, Amapá e Bahia, onde o índice ultrapassa 40 homicídios por 100 mil habitantes.
O Anuário 2023 Cidades Mais Seguras do Brasil©, produzido pela MySide, adota uma metodologia específica que formula uma métrica de violência para cada estado, utilizando os dados municipais de assassinatos presentes no Painel de Monitoramento de Mortes do Ministério da Saúde.
Distinguida das demais pesquisas de segurança no mercado, esta metodologia foi concebida para corrigir eventuais subnotificações de assassinatos em cada município brasileiro. Por exemplo, o estado de São Paulo registrou cerca de 12% das mortes por causas não naturais classificadas como “não especificadas” nos dados de atestados de óbito de 2022. A elevada subnotificação na manipulação de dados no estado paulista pode ser a principal razão dessa discrepância observada pelo Secretário. Em contrapartida, em Santa Catarina, menos de 3% das mortes não naturais foram categorizadas como “não especificadas” nos relatórios médicos.
O Anuário 2023 Cidades Mais Seguras do Brasil©, elaborado pela MySide, apresentou uma taxa média de homicídios de 24,9 por cada 100 mil habitantes. Em julho de 2023, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública também lançou seu próprio anuário, com uma taxa de homicídios mais baixa, de 23,4.
A discrepância nas métricas é relativamente modesta e já era antecipada, uma vez que fontes primárias de dados distintas são utilizadas. Enquanto a MySide baseia-se no banco de dados do Ministério da Saúde, que analisa os atestados de óbito registrados no Brasil, o Fórum faz uso dos dados das Secretarias Estaduais de Segurança Pública.
No entanto, ao comparar as taxas de homicídio a nível estadual, observam-se diferenças mais substanciais entre os dois relatórios. As discrepâncias mais significativas foram identificadas nos estados do Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco, Rondônia, Espírito Santo e São Paulo.