O superávit da balança comercial aumentou em abril, mesmo com a queda nos preços da soja, do ferro e do petróleo. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulgou que o país exportou US$ 9,041 bilhões a mais do que importou no mês passado, representando um aumento de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Esse valor é o segundo melhor para meses de abril, ficando atrás apenas do recorde registrado em abril de 2021, de US$ 9,963 bilhões.
O superávit acumulado nos quatro primeiros meses de 2024 atingiu US$ 27,736 bilhões, o maior da série histórica iniciada em 1989. Isso representa um aumento de 17,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações cresceram mais do que as importações em abril. O Brasil vendeu US$ 30,92 bilhões para o exterior, um aumento de 5,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as importações totalizaram US$ 21,879 bilhões, uma alta de 2,2%. O aumento nas exportações se deve, em parte, ao maior número de dias úteis em abril deste ano, já que o feriado prolongado da Semana Santa ocorreu em março de 2024.
O aumento nas exportações de petróleo, açúcar e combustíveis compensou a queda na exportação de soja e veículos automotores. Nas importações, a redução nas compras de fertilizantes e derivados e compostos químicos ajudou a conter o crescimento.
As commodities têm apresentado queda desde a metade de 2023, após o recorde registrado em 2022 devido ao início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em abril, o volume de mercadorias exportadas aumentou 22,5%, enquanto os preços médios caíram 6,8% em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Nas importações, a quantidade comprada subiu 24,8%, enquanto os preços médios recuaram 8,1%.
O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, explicou que os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul só serão refletidos na balança comercial a partir de maio. O Rio Grande do Sul é o sexto maior estado exportador do país, representando 6,6% do total vendido pelo Brasil ao exterior no ano passado.
O governo revisou para baixo a projeção de superávit comercial para este ano, passando de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões. As exportações devem cair 2,1%, enquanto as importações devem subir 7,6%. As previsões são mais pessimistas do que as do mercado financeiro, que projeta um superávit de US$ 79,75 bilhões neste ano, segundo o boletim Focus divulgado pelo Banco Central.