As intensas chuvas de dezembro impactaram diretamente na qualidade da água do mar e das prainhas de água doce no Paraná. De acordo com o segundo boletim de balneabilidade da temporada de verão 2024/2025, divulgado nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Água e Terra (IAT), os pontos próprios para banho reduziram de 92% para 71%. Atualmente, 47 dos 66 locais analisados estão com bandeira azul.
Na faixa litorânea, 15 pontos foram considerados impróprios. Na Ilha do Mel, em Paranaguá, os pontos impróprios incluem duas localidades na praia de Encantadas – em frente ao módulo policial e à direita do trapiche. Em Pontal do Paraná, os balneários Shangri-lá, Olho D’Água e Ipanema obtiveram bandeira vermelha, assim como Ipacaray, Solymar, Flórida, Riviera e Flamingo, localizados em Matinhos, além da Ponta da Pita, em Antonina. Os demais pontos com bandeira vermelha estão concentrados nas fozes de rios que cortam as áreas monitoradas, locais que são constantemente desaconselhados para banho ou práticas esportivas, como a foz do canal Caiobá, em Matinhos, e a foz do Rio Olho D’Água, em Pontal do Paraná.
Dados do Simepar apontam que as chuvas acumuladas até esta quinta-feira (26) foram significativas, superando a média histórica em diversos municípios. Em Guaratuba, o acumulado foi de 421,4 milímetros (mm), enquanto a média para dezembro é de 245,5 mm. Em Matinhos, o acumulado foi de 397 mm (média de 234,7 mm) e, em Paranaguá, 313,2 mm (média de 188,1 mm).
No interior do estado, nas costas Oeste e Norte, 13 pontos foram considerados próprios para banho e recreação, abrangendo os municípios de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Itaipulândia, Missal, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon e Primeiro de Maio. Por outro lado, as prainhas em São Miguel do Iguaçu e Entre Rios do Oeste estão impróprias para banho, segundo o IAT.
“É um cenário causado pelas chuvas, em decorrência especialmente de ligações clandestinas, que não estão corretamente ligadas à rede de esgoto. Isso faz com que o esgoto que não é tratado, vindo dos rios, chegue ao mar, trazido justamente pelas águas das chuvas”, explicou Christine da Fonseca Xavier, chefe da Divisão de Monitoramento do IAT.
“Vale reforçar que o IAT identifica todos os pontos, com bandeira azul no caso de águas próprias para banho e vermelha quando impróprias”, acrescentou Christine.
Os boletins de balneabilidade são publicados todas as sextas-feiras pelo IAT durante a temporada de verão, período em que aumenta o fluxo de frequentadores nos locais monitorados. As amostras de água são colhidas às segundas-feiras e analisadas ao longo da semana no laboratório do instituto, situado em Curitiba. Desta vez, a temporada contará com 11 boletins, até 28 de fevereiro de 2025, três a mais em relação à temporada anterior. A medida faz parte do projeto do Governo do Paraná denominado Verão Maior Paraná.
O monitoramento do IAT examina a possível presença de esgoto sanitário clandestino e avalia a viabilidade de uso das águas para lazer, como natação, mergulho e outras práticas recreativas. O indicador principal é a Escherichia coli, bactéria encontrada no intestino humano e de animais de sangue quente. Altos níveis dessa bactéria na água aumentam o risco de organismos patogênicos e doenças, como gastroenterite, diarreia, doenças de pele e infecções nos olhos, ouvidos e garganta. Também podem ser transmitidas doenças graves, como hepatite A, cólera e febre tifoide.
Para verificar os pontos monitorados e a qualidade das águas, basta acessar o site do Instituto Água e Terra (IAT), no menu Monitoramento/Balneabilidade, ou baixar o aplicativo “Balneabilidade Paraná”, disponível no Google Play para celulares Android. Outra alternativa são os banners nos balneários: azul para áreas próprias ao banho e vermelho para áreas impróprias.