O mapeamento divulgado pela MapBiomas nesta quarta-feira (21) aponta uma perda significativa de áreas naturais no Brasil, destacando que, desde 1985, o país já registrou uma redução de 33% dessas áreas. Este dado inclui vegetação nativa, superfícies de água e áreas não vegetadas, como praias e dunas.
Segundo o estudo, que compreende o período de 1985 a 2023, o Brasil perdeu um total de 110 milhões de hectares de áreas naturais, o que representa 13% do território nacional, adicionando-se aos 20% de perdas já registradas anteriormente.
Tasso Azevedo, coordenador geral do MapBiomas, explicou as implicações desse fenômeno: “A perda da vegetação nativa nos biomas brasileiros tende a impactar negativamente a dinâmica do clima regional e diminui o efeito protetor durante eventos climáticos extremos”.
O grupo de trabalho interdisciplinar, composto por diversos ministérios e agências, como o Ministério de Portos e Aeroportos, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros, visa avaliar e propor melhorias. Eles trabalharão juntos para revisar as práticas e padrões atuais, buscando modernizar e otimizar o transporte aéreo de animais.
Diferentes aspectos do território brasileiro foram mapeados, destacando mudanças no uso da terra que resultam em perda de cobertura vegetal, especialmente em áreas de baixa declividade, onde o impacto da agricultura e da pastagem é mais acentuado. Em contraste, terras mais inclinadas nas áreas urbanas viram uma redução na vegetação nativa devido a fatores como erosão e riscos de deslizamento.
Este panorama foi detalhado utilizando dados coletados desde o Censo 2000 até 2022, incluindo ajustes da Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo e registros recentes de nascimento, mortes e migração. A atualização revela que a população do Brasil era de aproximadamente 210,86 milhões em julho de 2022, um aumento de 3,9% em relação às estimativas iniciais.
O estudo também abordou a preservação diferenciada em terras públicas e privadas, apontando que, enquanto florestas públicas não destinadas ainda mantêm 92% de sua cobertura vegetal, as áreas privadas viram uma redução significativa devido à conversão para uso agrícola.
Essas descobertas são cruciais para entender a dinâmica de crescimento e redução populacional e para planejar estrategicamente a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais do país, visando mitigar os impactos climáticos e preservar a biodiversidade.
Texto adaptado da Folha de Irati.