Área desmatada no Brasil registra queda de 11,6% em 2023, aponta MapBiomas

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O Relatório Anual do Desmatamento (RAD) do MapBiomas, divulgado nesta terça-feira (28), revelou que mais da metade da área desmatada no Brasil em 2023 está no Cerrado, ultrapassando pela primeira vez a Amazônia nesse aspecto. O levantamento aponta que a expansão agropecuária tem sido o principal vetor do desmatamento, representando 97% de toda a supressão nos últimos cinco anos.

Nos últimos cinco anos, o Brasil perdeu uma área de 8.558.237 hectares de vegetação nativa, equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro. Apesar disso, houve uma queda de 11,6% na área desmatada em 2023, totalizando 1.829.597 hectares. Essa redução ocorreu mesmo com um aumento de 8,7% no número de alertas.

O Cerrado foi o bioma mais afetado, com 61% da área desmatada em 2023, enquanto a Amazônia teve 25%. O desmatamento no Cerrado aumentou 68% em relação a 2022, atingindo 1.110.326 hectares, enquanto na Amazônia houve uma queda de 62,2%, totalizando 454,3 mil hectares.

O aumento do desmatamento no Cerrado preocupa, especialmente devido à importância desse bioma para questões hidrológicas. O relatório destaca que o desmatamento está se concentrando em áreas savânicas e campestres, diminuindo nas formações florestais.

A média diária de desmatamento em 2023 foi de 5.013 hectares em todo o país, sendo mais da metade no Cerrado, onde foram suprimidos 3.042 hectares por dia. O relatório também destaca o dia 15 de fevereiro como o dia com a maior área desmatada em todo o país, equivalente a quase seis mil campos de futebol em apenas 24 horas.

Os estados que concentram o Cerrado registraram um aumento significativo no desmatamento em 2023. A coordenação do MapBiomas Cerrado destaca a necessidade de abordagens multifacetadas para combater o desmatamento, incluindo ações de fiscalização e incentivos para melhor aproveitamento das áreas já desmatadas.

O relatório também analisou a situação de outros biomas, como a Amazônia, o Pantanal, a Caatinga, a Mata Atlântica e o Pampa, destacando tendências e desafios específicos em cada região.

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