O Ministério da Defesa registrou, entre a última quarta-feira (1º) e o meio-dia desta sexta-feira (3), cerca de 7 mil inscrições no alistamento militar feminino voluntário. As mulheres inscritas concorrem a uma das 1.465 vagas oferecidas em Brasília (DF) e em outros 28 municípios de 13 estados, além do Distrito Federal. O alistamento feminino, realizado pela primeira vez, segue aberto até 30 de junho, no mesmo período do alistamento obrigatório masculino. A iniciativa é voltada para mulheres que farão 18 anos em 2025, ou seja, nascidas em 2007, conforme o decreto 12.154, de 27 de agosto de 2024, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, o Ministério da Defesa informou que busca ampliar gradualmente a participação feminina no serviço militar inicial, visando alcançar 20% das vagas. Para 2025, estão previstas 1.100 vagas no Exército Brasileiro, 300 na Aeronáutica e 155 na Marinha.
Além da idade, outro requisito é que as jovens residam no município onde há uma unidade militar. As interessadas podem se inscrever em uma das forças armadas – Marinha, Exército ou Aeronáutica – de forma online, pelo link [https://alistamento.eb.mil.br/alistamento], ou presencialmente em juntas de serviço militar de municípios como Águas Lindas de Goiás (GO), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Canoas (RS), Cidade Ocidental (GO), Corumbá (MS), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Formosa (GO), Fortaleza (CE), Guaratinguetá (SP), Juiz de Fora (MG), Ladário (MS), Lagoa Santa (MG), Luziânia (GO), Manaus (AM), Novo Gama (GO), Pirassununga (SP), Planaltina (GO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santa Maria (RS), Santo Antônio do Descoberto (GO), São Paulo (SP) e Valparaíso de Goiás (GO).
O processo de seleção analisará a disponibilidade de vagas, a aptidão das candidatas e os critérios específicos exigidos para a incorporação. A triagem inclui entrevista, inspeção de saúde (exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos. Todo o processo será dividido em cinco etapas: alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação.
As mulheres aprovadas serão incorporadas no primeiro semestre de 2026, entre os dias 2 e 6 de março, ou no segundo semestre, de 3 a 7 de agosto. Os cargos iniciais serão a graduação de soldado (no Exército e Aeronáutica) ou marinheiro-recruta, no caso da Marinha. Após a incorporação oficial, o serviço militar passa a ser obrigatório. As militares incorporadas terão os mesmos direitos e deveres dos homens e estarão sujeitas à legislação brasileira, incluindo penalidades. De acordo com o Decreto 12.154, de 27 de agosto de 2024, o serviço militar inicial terá duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos. Porém, as voluntárias não terão estabilidade no serviço militar e, após o desligamento do serviço ativo, integrarão a reserva não remunerada das Forças Armadas.
Atualmente, cerca de 37 mil mulheres integram as Forças Armadas brasileiras, o que representa aproximadamente 10% do efetivo total. Elas ingressaram por meio de concursos públicos ou como militares temporárias. Segundo o Ministério da Defesa, a maior parte delas atua em áreas como saúde, ensino e logística, mas há também acesso à carreira combatente através de concursos específicos, como os realizados pelo Colégio Naval (CN), da Marinha; a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx); e a Escola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCAR), da Aeronáutica.